Por Wanglézio Braga / Fotos: Wanglézio Braga
Conhecida como a “Capital do Mandim”, Sena Madureira está passando por um período difícil. A famosa espécie de peixe, que tanto representa a cidade, está cada vez mais escassa no Mercado Municipal. A principal razão para esse desabastecimento foi a fraca piracema deste ano, fenômeno em que os peixes sobem os rios para se reproduzir, mas que acabou sendo prejudicado pelas condições climáticas.
Normalmente, o Mandim é trazido do Amazonas e parte do Acre, navegando pelas águas do Rio Purus, até chegar ao mercado de Sena Madureira. No entanto, os consumidores que frequentam o local têm encontrado apenas algumas outras espécies, como o Piaul, a Branquinha e o Saúma, também conhecido como Peixe-cachorro.
França Rodrigues, vendedor do Mercado Municipal, compartilhou sua preocupação com a Reportagem do Portal Acre Mais: “Não podemos mais esperar encontrar Mandim este ano, devido aos acontecimentos climáticos, e a baixa piracema nos meses anteriores como julho, agosto, setembro. Estamos preocupados porque é um peixe que muita gente procura, gente de outras cidades que vem aqui e não tem, ou seja, perdemos dinheiro”.
Segundo França, em épocas de piracema, mais especificamente no início, o quilo do peixe é vendido entre R$ 15 a R$ 20 reais pelos peixeiros do Mercado. Já no final da piracema, o quilo é vendido entre R$ 5 a R$ 10 reais. Quando as cargas não chegam pelo porto da cidade, a alternativa é buscar em Boca do Acre (AM) e em Cruzeiro do Sul, via terrestre, o que encarece o produto sendo negociado a até R$ 30 reais o quilo.
A escassez não afeta apenas a economia local, mas também as tradições gastronômicas da região. O Mandim é um dos peixes mais apreciados pelos moradores de Sena Madureira, sendo ingrediente central em diversas receitas típicas. Em épocas de festivais, moradores de várias regiões do Acre não saem da cidade sem as caixas térmicas abarrotadas do pescado.