Por Wanglézio Braga
A nova tabela de preços mínimos para produtos extrativos da safra 2026 já está definida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A portaria 868, publicada no Diário Oficial da União, confirma os valores que passam a valer a partir de 1º de janeiro. Para o Acre, onde a atividade extrativista ainda garante renda a milhares de famílias, o destaque ficou por conta da estabilidade no preço do cacau em amêndoa: permanece em R$ 11,56 por quilo, sem qualquer reajuste.
Enquanto o cacau segue congelado, outros produtos extraídos em território acreano terão valorização, o que pode animar produtores que dependem do ciclo da floresta. Açaí (fruto) sobe de R$ 1,98 para R$ 2,28, aumento de 15,1%. A babaçu amêndoa, presente em áreas extrativistas do estado, avança de R$ 6,35 para R$ 7,00, representando alta de 10,24%. Já frutos como buriti apresentam o maior salto: passam de R$ 2,63 para R$ 3,79, aumento de 44,11%. A borracha nativa também sobe, chegando a R$ 7,96 por quilo em 2026.
Para quem vive da floresta, preços mínimos funcionam como uma rede de segurança, garantindo que cooperativas, pequenos coletores e comunidades tradicionais tenham referência na hora da comercialização. No Acre, onde a diversificação do extrativismo vem ganhando força, os reajustes podem ajudar a movimentar o mercado, estimular novos manejos e valorizar cadeias produtivas como a do buriti, açai e piquiá. Apesar disso, produtores de cacau sentem falta de incentivo adicional para a cultura, que vem crescendo no estado.
Os novos valores ficam válidos até dezembro de 2026 e foram aprovados pelo Conselho Monetário Nacional. Agora, a expectativa é que associações, cooperativas e compradores locais ajustem suas tabelas e contratos já no início do ano, fortalecendo o escoamento da produção extrativista acreana.
