Por Wanglézio Braga
Em uma reviravolta que promete impactar a gestão do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF), o governador Gladson Cameli sancionou nesta quarta-feira (26) uma alteração na legislação que rege os cargos de chefia e direção da autarquia. A decisão, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), ocorre após forte pressão de uma ala de servidores.
A mudança, contida na Lei nº 4.548, de 24 de março de 2025, fixa que os cargos de diretor técnico e chefes de departamento em áreas finalísticas do IDAF só poderão ser ocupados por servidores efetivos das carreiras de auditor fiscal agropecuário, médico veterinário, engenheiro agrônomo e engenheiro florestal. Com isso, a nova lei restringe a flexibilização proposta anteriormente, que permitiria a ocupação dessas funções por qualquer servidor do órgão.

Os bastidores
A polêmica começou quando o governo enviou à Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC) o Projeto de Lei nº 304/2024, que ampliava o acesso aos cargos de chefia para todos os servidores efetivos do IDAF. A justificativa era de que a flexibilização anterior permitiria uma gestão mais dinâmica e eficiente. No entanto, a proposta causou revolta entre os auditores fiscais agropecuários, que viram a medida como uma ameaça à autonomia técnica e à qualidade dos serviços da autarquia.
Para alguns servidores do IDAF, a decisão representa uma vitória parcial, mas ainda levanta questionamentos sobre a ingerência política no órgão. “A luta agora é para garantir que as indicações sigam critérios técnicos e não políticos”, afirmou um auditor que preferiu não se identificar.
Nos bastidores, há rumores de que a mudança foi uma tentativa do governo de acalmar os ânimos dentro do IDAF após recentes escândalos. Apesar da péssima condução no Acre, o IDAF tem um papel estratégico na defesa sanitária animal e vegetal, na certificação de produtos e na fiscalização ambiental, sendo essencial para o agronegócio acreano.