Entenda como o alerta no Acre levou o Brasil a reforçar fiscalização sanitária do cacau

Por Wanglézio Braga com informações da Anffa Sindical

A detecção da monilíase do cacaueiro no Acre, em 2021, acendeu um alerta em todo o país e levou órgãos de fiscalização a reforçar a segurança fitossanitária das lavouras de cacau em todas as regiões produtoras do Brasil. A praga, considerada uma das mais destrutivas para a cacauicultura mundial, fez com que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ampliasse os levantamentos fitossanitários e as ações preventivas para evitar prejuízos bilionários ao setor.

“Este poderia ser o principal fator limitante da produção do cacau, a exemplo do que ocorreu na Costa Rica, em 1978, e no Peru em 1988. Daí, a importância de uma atuação rigorosa dos auditores fiscais federais agropecuários nos levantamentos fitossanitários de detecção da Monilíase do Cacaueiro nas regiões produtoras de cacau”, ressaltou Antonio Zózimo de Matos Costa, chefe da Unidade Técnica Regional de Agricultura em Itabuna (BA).

A monilíase é causada pelo fungo Moniliophthora roreri e pode provocar perdas de até 90% na produção de frutos, o que poderia comprometer o fornecimento da principal matéria-prima para a indústria do chocolate e seus derivados. Com a confirmação da praga no Acre, o Mapa intensificou a fiscalização nos estados do Pará e Bahia, os dois maiores produtores de cacau do Brasil, além de Rondônia e Espírito Santo, onde a cultura vem crescendo significativamente.

Em 2023, o Brasil produziu mais de 179,4 mil toneladas de cacau, segundo dados do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical). Os procedimentos de importação das amêndoas, que se iniciam no quarto trimestre e seguem até o primeiro semestre do ano seguinte, também passaram por uma rigorosa revisão sanitária. A fiscalização foi reforçada nos portos, principalmente em Ilhéus (BA), principal porta de entrada de cacau vindo de países africanos como Gana e Costa do Marfim.

No Brasil, as principais ameaças sanitárias ao cacau incluem, além da monilíase, a podridão parda (Phytophthora spp.) e a vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa). Juntas, essas pragas são responsáveis pela perda global de aproximadamente 30% da produção de amêndoas de cacau.

Diante do avanço da fiscalização e das medidas de erradicação, especialistas apontam que o Brasil está mais preparado para evitar impactos severos da monilíase. “O monitoramento rigoroso e a colaboração entre produtores, órgãos sanitários e pesquisadores são fundamentais para preservar a cadeia produtiva do cacau e garantir a segurança alimentar”, conclui Matos Costa.

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