Da Assessoria/ Foto: Canal Rural MT
A situação da cadeia do Agro na região Centro-Oeste e particularmente no estado do Mato Grosso vem se deteriorando de maneira surpreendente rápida. Os sinais surgem de todos os lados. Apesar desse conjunto de problemas não ser de agora, entre agosto e setembro se agravaram.
Em abril desse ano, o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) divulgou um relatório que indica que o VBP (Valor Bruto da Produção) da agropecuária do Mato Grosso deve cair 26,62% neste ano. O impacto equivale a R$ 53,91 bilhões; a agropecuária mato-grossense deve produzir R$ 148,6 bilhões em 2024. Em 2023, o montante foi de R$ 202,51 bilhões.
A produção de soja terá, em 2024, um recuo estimado de 34,11%, totalizando R$ 67,16 bilhões. Em 2023, o VBP da soja ficou em R$ 101,93. Essa será a 1ª queda do Valor Bruto da Produção de soja desde 2013, segundo o Imea. Por o fim, o relatório trata do milho, que deve ter queda de 39,31%. O VBP do alimento passara de R$ 40,64 bilhões em 2023 para R$ 24,67 em 2024.
O sócio da consultoria RGF, especialista em reestruturação de negócios, Rodrigo Gallegos, alerta que o cenário atual se estenderá ao longo de 2025; e fala sobre dificuldades para empresário do setor do agronegócio, trazendo alguns alertas e reflexões.
As instabilidades climáticas recorrentes têm causado impacto direto na produtividade agrícola, o que gera uma imprevisibilidade significativa em relação ao retorno financeiro dos produtores.
Esta imprevisibilidade de resultados, aliada ao aumento nas taxas de inadimplência no setor, têm feito com que as instituições financeiras restrinjam o acesso ao crédito rural, dificultando ainda mais a operação dos produtores, uma vez que os altos custos de produção são geralmente financiados.
Outro ponto relevante é que, no Brasil, grande parte dos produtores carece de uma estrutura empresarial profissionalizada, o que acarreta ineficiências tanto na gestão operacional quanto financeira. Essa falta de profissionalização não apenas encarece o crédito disponível para esses produtores, mas também os expõe às oscilações de preços do mercado por desconhecimento de ferramentas de proteção.
Essa combinação de fatores eleva consideravelmente o risco de insolvência dessas empresas. “Pela nossa experiência e pelos casos que ajudamos, dos nossos clientes com esse perfil, o melhor caminho para empresas do agro cruzarem 2025 com menor risco é o da reestruturação e profissionalização”, afirma Rodrigo Gallegos da RGF. “A reestruturação para a profissionalização da gestão irá minimizar ao máximo as ineficiências, tanto da gestão operacional, quanto da financeira”, completa.