Acre não registra casos de Mosca-da-Carambola, mas mantém 40 pontos de vigilância em 18 cidades

Por Wanglézio Braga

Nesta semana, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC) promove um evento com foco na prevenção e no controle da mosca-da-carambola, uma praga quarentenária com impacto potencialmente devastador na economia e na produção agrícola em estados do norte do Brasil. A iniciativa conta com a presença de pesquisadores do Amapá (AP) e Roraima (RR) — estados onde a praga está oficialmente presente e sob controle do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). 

RISCOS E PREJUÍZOS

Apesar do nome, a mosca-da-carambola atinge mais de 40 variedades de frutas, incluindo mamão, manga, laranja, tomate e acerola, todas de grande relevância econômica e social para o país. De acordo com especialistas do IDAF, a praga não representa perigo à saúde humana, mas tem um impacto severo na produção agrícola. Ela reduz a quantidade e a qualidade dos frutos, tornando-os impróprios para consumo e exportação. 

“Uma vez que a praga é detectada em uma área, são impostas barreiras fitossanitárias, impedindo a exportação de frutas para regiões onde ela não ocorre, resultando em prejuízos econômicos e sociais significativos”, destacou Gabriela Tamwing coordenadora estadual do Programa de Combate à Mosca-da-Carambola. 

Além disso, o controle da mosca-da-carambola é complexo, envolvendo o uso de técnicas integradas, como armadilhas e aplicação de defensivos agrícolas, o que pode gerar impactos ambientais a longo prazo. 

AÇÕES PREVENTIVAS NO ACRE

Desde 2020, o IDAF tem adotado estratégias de monitoramento rigorosas para evitar a entrada da praga no estado. São utilizadas armadilhas com atrativos específicos, instaladas em 18 municípios, totalizando 40 pontos de vigilância. Estas armadilhas são inspecionadas quinzenalmente. Até o momento, nenhuma ocorrência foi registrada no território acreano. 

Nos postos de fiscalização de trânsito, a equipe do IDAF também inspeciona bagagens e cargas oriundas dos estados onde a praga é registrada como AP, RR e Pará (PA). Esse trabalho é fundamental para impedir que frutas contaminadas entrem no Acre. 

COMPARAÇÃO COM OUTRAS PRAGAS

Durante o evento, foi esclarecido que a mosca-da-carambola é distinta de outras pragas presentes no estado, como o mandarová, uma lagarta que tem causado infestações no Juruá. Enquanto a primeira está limitada a poucos estados brasileiros e a regiões da América do Sul e da Ásia, o mandarová é amplamente disseminado no Brasil e no mundo. 

PERSPECTIVA FUTURA

O evento reforça a importância da vigilância contínua e da troca de experiências entre os estados afetados e as áreas livres da praga. A presença de técnicos dos estados do Norte destacou as boas práticas e os desafios no controle da mosca-da-carambola, fortalecendo a atuação preventiva no Acre. 

“O esforço é manter o estado livre dessa praga, garantindo a sustentabilidade da produção agrícola e a segurança econômica dos produtores locais”, concluiu a representante do IDAF.

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