Por Wanglézio Braga
Apesar dos diversos programas ambientais em curso no estado, o Acre ocupa apenas a 26ª posição no ranking nacional de recuperação de áreas degradadas, segundo dados divulgados pelo Centro de Liderança Pública (CLP), com base em informações do MapBiomas e do IBGE. A performance coloca o estado entre os últimos do país no indicador que mede a proporção da área geográfica que foi revertida de uso antrópico (como agropecuária e áreas não vegetadas) para formações naturais, como florestas ou vegetações nativas.
O indicador, que integra o pilar de Sustentabilidade Ambiental do Ranking de Competitividade dos Estados, é considerado um termômetro do comprometimento das unidades federativas com a recuperação ecológica e o uso racional do solo. No Acre, apesar de políticas públicas voltadas à conservação e restauração ambiental, como o incentivo ao reflorestamento e ao uso sustentável da terra, os números apontam que os resultados ainda estão longe do ideal.
De acordo com o levantamento, o estado aparece com apenas 0,03% de sua área total convertida novamente em vegetação nativa, índice superior apenas ao Amazonas, que ocupa a última posição do ranking com 0,02%.

Especialistas apontam que a recuperação de áreas degradadas enfrenta obstáculos significativos na região, como a dificuldade de acesso a insumos, carência de assistência técnica, além de entraves logísticos e orçamentários. A situação é agravada por problemas históricos relacionados à ocupação do solo e expansão desordenada da fronteira agrícola.
Enquanto isso, estados como Espírito Santo, Maranhão e Distrito Federal lideram a lista com percentuais de recuperação que ultrapassam 0,5%. No centro-sul do país, políticas de reflorestamento e incentivos fiscais a produtores que investem em práticas sustentáveis têm mostrado melhores resultados.
No Acre, o cenário reforça a necessidade de reavaliar as estratégias atuais, com foco em medidas mais eficazes e integradas para promover a restauração ambiental em larga escala. A criação de linhas de crédito específicas, capacitação de produtores e fiscalização contínua são apontadas como caminhos possíveis para que o estado saia das últimas posições nos próximos anos.