Por Wanglézio Braga
O Complexo Industrial do Café do Juruá, inaugurado hoje (28) em Mâncio Lima, está mexendo com o mercado e atraindo olhares de empresários do país inteiro. Segundo a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, os telefones da agência não param de tocar com ligações de investidores interessados em conhecer e participar desse novo polo de transformação rural. A estrutura recebeu R$ 10 milhões em investimentos, numa parceria entre a ABDI, o Governo Federal e a Coopercafé, e promete ser um divisor de águas para os cafeicultores da região.
A nova planta industrial tem capacidade para atender desde pequenos até médios produtores, transformando o café in natura em produto pronto para o mercado. “É só trazer o café, jogar na máquina e sair com a saca pronta para vender”, explicou Perpétua, que destacou ainda o impacto direto para mais de duas mil pessoas envolvidas na produção regional. A expectativa é que o espaço gere emprego, renda e incentive outros estados a seguir o exemplo.
O projeto não para por aí. Segundo a gestora, já existem planos para criar mini complexos em outras regiões da Amazônia, como Amapá e Amazonas, ampliando o alcance da política de industrialização da agricultura familiar. “Isso aqui é boa política. É governo, cooperativa, Sebrae, Senar e federações somando forças sem olhar para cor partidária”, frisou. A intenção é fazer do café acreano uma referência nacional, aproveitando a vantagem do solo e das condições locais.
Um produtor vindo de Rondônia, que já passou por Espírito Santo, afirmou que mesmo com todas as dificuldades, o café do Acre dá lucro. Essa confiança tem chamado atenção de empresários que perguntam sobre terras disponíveis para investir. “Estamos vivendo um momento forte de virada. O Brasil inteiro vai olhar para o Acre com outros olhos depois disso”, concluiu Perpétua.