Por Wanglézio Braga
A troca de experiências e o conhecimento técnico marcaram a participação da caravana do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), campus Jaru, no VI Congresso Internacional de Pecuária Leiteira da Amazônia Ocidental (CIPEL), realizado em Rio Branco entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro. O grupo, composto por quatro estudantes e a professora Ingrid Bromerschenkel, apresentou trabalhos científicos voltados à realidade da produção leiteira em Rondônia, o maior estado produtor de leite da Região Norte.
Segundo a docente, o grupo desenvolve desde 2022 projetos de pesquisa com foco no levantamento de dados epidemiológicos da pecuária leiteira. “Apresentamos três resumos no formato de banner, todos relacionados a um inquérito realizado em 103 propriedades. Esse levantamento aborda desde o perfil socioeconômico dos produtores até os principais desafios enfrentados, como índices reprodutivos e baixa produtividade”, explicou Ingrid.
O estudo revelou que, mesmo sendo referência na produção regional, Rondônia ainda enfrenta problemas semelhantes aos de outras partes do Brasil — com a atividade concentrada em pequenos e médios produtores, pouca tecnificação e produção média entre quatro e cinco litros de leite por vaca ao dia.
A professora destacou a importância de eventos como o CIPEL para aproximar a pesquisa da realidade do campo. “Esses encontros permitem entender melhor o que o produtor enfrenta no dia a dia. O que mais nos interessa é esse contato direto com quem produz. Muitas vezes, os grandes eventos são voltados aos grandes produtores, mas o pequeno é quem precisa ser ouvido e valorizado”, ressaltou.
A participação no congresso também teve papel importante na formação dos estudantes, que puderam conhecer novas realidades e ampliar o networking com profissionais da área. “Aqui no Acre, tivemos a oportunidade de interagir com pesquisadores, produtores e instituições como a UFAC, que oferece programas de mestrado e doutorado. Isso abre portas para os nossos alunos seguirem na pesquisa e contribuírem para o desenvolvimento da pecuária leiteira da Amazônia”, completou Ingrid.
