Por Marcela Jansen do Correio Online / Foto: Arquivo
A safra de milho 2025/2026 deve registrar leve queda no Brasil, segundo projeções de mercado e análises do setor agropecuário, pressionada por um início irregular da primeira safra no Sul do país, marcado por chuvas mal distribuídas, frio intenso e eventos climáticos extremos. A expectativa é que a produção nacional fique abaixo das 141 milhões de toneladas colhidas no ciclo anterior, mesmo com expansão da área plantada, reflexo do aumento dos custos e da menor adoção de tecnologias por parte dos produtores.
Enquanto grandes polos produtores enfrentam incertezas, o Acre segue na contramão do cenário nacional. Dados oficiais indicam que o estado deve ampliar sua produção de grãos na safra 2025/26, com destaque para o milho, cuja colheita pode crescer mais de 5% em relação ao ciclo anterior. A projeção aponta avanço de aproximadamente 139,7 mil toneladas para cerca de 147 mil toneladas, impulsionado pelo aumento de área cultivada e pela consolidação da cultura em propriedades rurais de diferentes regiões.
Embora o Acre não figure entre os maiores produtores do país, o crescimento contínuo da produção de milho tem papel estratégico para a economia local, especialmente no abastecimento da cadeia pecuária e no fortalecimento da agricultura familiar e empresarial. O milho é base para a produção de ração animal, insumo essencial para bovinos, aves e suínos, além de ter importância crescente no consumo humano e em cadeias agroindustriais.
No cenário nacional, a demanda interna pelo grão permanece aquecida, puxada pelo setor de etanol, pela pecuária e pelas exportações, o que mantém o Brasil entre os principais fornecedores globais de milho. Mesmo com produção menor, o país deve continuar registrando excedente exportável, embora o mercado acompanhe com cautela os efeitos do clima e da rentabilidade sobre a produtividade.
Para o Acre, o avanço da produção de milho e de outros grãos reforça uma tendência de diversificação agrícola e ampliação da base produtiva no campo, em um contexto no qual o desempenho local ganha relevância diante das oscilações enfrentadas pelos grandes produtores nacionais.
