Por Wanglézio Braga/ Foto Ilustração: Diego Gurgel
O Brasil, maior produtor mundial de café, enfrenta uma retração na safra de 2024, conforme o 4º levantamento divulgado nesta terça-feira (21) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com uma área total de 2,23 milhões de hectares destinados à cultura, o país registrou uma produtividade média de 28,8 sacas por hectare, uma queda de 1,9% em relação ao ano anterior.
Enquanto estados como Minas Gerais, líder absoluto na produção com 28,1 milhões de sacas, e Rondônia, destaque no cultivo de café conilon com 2,1 milhões de sacas, enfrentam desafios climáticos e de manejo, o Acre continua fora das estatísticas nacionais, sem números oficiais ou produção significativa registrada.
Rondônia: vizinho em crise
Rondônia, que concentra sua produção no café conilon, viu sua safra cair impressionantes 31,2% em relação ao ciclo anterior. Mesmo assim, o estado permanece como o segundo maior produtor do país, evidenciando a força do café no Norte. No entanto, a forte retração alerta para a necessidade de maior resiliência no setor.
O vazio da cafeicultura no Acre
Apesar de condições climáticas e geográficas favoráveis, o Acre não se destaca na cafeicultura nacional. A ausência de produção registrada reflete uma oportunidade perdida para o agronegócio local, que poderia diversificar sua matriz produtiva e explorar mercados promissores.
Especialistas sugerem que o estado poderia seguir o exemplo de Rondônia, que consolidou o café como uma alternativa econômica, especialmente para pequenos e médios produtores rurais. Com incentivos corretos e assistência técnica, o Acre poderia se inserir no mercado de café, aproveitando o crescente interesse por produtos regionais e de qualidade.
Oportunidade para o agronegócio acreano
O café é um dos produtos agrícolas mais valorizados no mercado global, com demanda constante e alta margem de exportação. Para produtores acreanos, entrar nesse setor pode representar uma nova fonte de renda e desenvolvimento sustentável para comunidades rurais.
Investir em pesquisa, capacitação e políticas públicas específicas para a cafeicultura seria o primeiro passo para colocar o Acre no mapa do café brasileiro, especialmente em um momento em que a cultura busca novos polos de produção para suprir a demanda interna e externa.
