Por Wanglézio Braga
A cesta básica ficou mais barata em novembro na maior parte do país. Segundo a Conab e o Dieese, 24 capitais registraram queda nos preços em relação a outubro. As reduções mais fortes apareceram em Macapá, Porto Alegre e Maceió, reflexo de maior oferta de alguns alimentos e do recuo no valor do leite, pressionado pelo excesso de produção no campo e pela entrada de derivados importados. As quedas no leite chegaram a 7,27% em Porto Alegre, enquanto Rio Branco teve leve recuo de 0,28%.
Mesmo com o cenário nacional de baixa, Rio Branco caminhou na direção oposta. A cesta básica na capital acreana subiu 0,77% em novembro, fechando o mês em R$ 635,91. Metade dos itens analisados teve aumento, como óleo de soja (6,61%), carne bovina de primeira (2,45%) e banana (1,89%). A carne, aliás, subiu em 20 capitais, impulsionada pelo forte ritmo de exportações e pela maior demanda por animais de reposição, que encareceu os custos da pecuária.
Por outro lado, alguns produtos essenciais aliviaram o bolso do consumidor de Rio Branco. Açúcar cristal, arroz, farinha de mandioca e manteiga foram os itens que mais recuaram. No acumulado dos últimos sete meses, a cesta básica da capital registrou queda de 6,17%, puxada principalmente pela redução no preço do tomate, que caiu mais de 17% no período.
Mesmo com algum alívio recente, o trabalhador acreano ainda sente o peso da alimentação. Em novembro, quem recebe um salário mínimo precisou dedicar mais de 92 horas de trabalho para comprar a cesta básica — tempo superior ao registrado em outubro. Isso significa que quase metade da renda líquida mensal continua comprometida só com comida, um desafio para as famílias e também um termômetro importante para o produtor rural, que acompanha de perto as variações do mercado.
