Por Wanglézio Braga/ Foto: Ilustração – Redes Sociais
“Pânico, pavor e medo de perder tudo.” É assim que produtores rurais da Reserva Extrativista Chico Mendes, no município de Brasiléia, interior do Acre, estão descrevendo os últimos dias. Após a operação nacional do ICMBio e IBAMA que resultou na apreensão de gado e destruição de estruturas em Xapuri, a tensão aumentou na região e já há mobilização de associações para tentar conter uma possível investida dos órgãos ambientais.
Informações que circulam entre moradores e líderes comunitários indicam que uma nova operação pode ocorrer a qualquer momento também em Brasiléia, um reflexo do mesmo molde de Xapuri. O clima no campo é de total insegurança, com relatos de famílias inteiras passando noites em claro por medo de serem surpreendidas por agentes federais e verem seus rebanhos e moradias levados ou destruídos. “Estão querendo tirar o pouco que a gente tem com uma canetada e meia dúzia de caminhonetes”, desabafou um morador ao Portal Acre Mais.
Diante da ameaça, lideranças rurais estão tentando organizar reuniões de emergência para definir estratégias e buscar apoio jurídico. A principal reivindicação é que o governo abra diálogo antes de autorizar novas operações, alegando que muitos produtores vivem nessas áreas há décadas e dependem da pecuária e agricultura para sobreviver. “Não somos criminosos, somos trabalhadores. Se invadirem aqui, a situação pode sair do controle”, alertou um presidente de uma associação.
Até o momento, o ICMBio e o IBAMA não se pronunciaram oficialmente sobre possíveis novas ações em Brasiléia. Enquanto isso, os colonos vivem dias de incerteza, medo e tensão, como não se via há anos.