Por Wanglézio Braga
A crise no escoamento da produção de maracujá em Capixaba levou produtores rurais a buscarem ajuda na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Sem compradores, principalmente o Estado, que deveria adquirir a fruta para a merenda escolar, os agricultores estão com estoques lotados e sem alternativas para comercialização.
A presidente da Cooperativa Agroextrativista Santa Fé (Copace), Nilva da Cunha de Lima, relatou aos deputados a angústia dos produtores e citou o esforço da presidente da CooperVida, que tem armazenado parte da produção em seu próprio contêiner para evitar prejuízos ainda maiores. No entanto, o espaço já se esgotou, e a solução parece distante.
O problema não é novo. Em fevereiro deste ano, o Portal Acre Mais já havia denunciado a situação, dando voz à presidente da Copace, que alertou para a necessidade urgente de um mecanismo de compra eficiente por parte do governo.
“Estamos pedindo misericórdia, porque não sabemos mais o que fazer. O secretário disse que nós não sabemos trabalhar, mas se fosse isso, não estaríamos com esse estoque parado. Nosso trabalho é garantir que a produção dos agricultores seja vendida, mas sem apoio, estamos de mãos atadas”, desabafou Nilva.

A agricultora reforçou que a prioridade do governo deveria ser a aquisição da produção das cooperativas e associações que fomentam a agricultura familiar. “Antes diziam que Capixaba era um lugar de produtores preguiçosos. Agora reagimos, estamos produzindo, mas não temos para quem vender. Isso dói”, lamentou.
Os produtores aguardam uma resposta do governo para evitar que toneladas de maracujá sejam desperdiçadas, representando um prejuízo irreparável para dezenas de famílias que dependem da agricultura para sobreviver.