Por Wanglézio Braga
Após mais de uma década dedicados à produção de graviola, o produtor rural da comunidade Alcoobras, em Capixaba, Aral Corrêa comemora a colheita promissora desta safra, mas destaca as dificuldades enfrentadas pelos agricultores no Acre. A safra atual impressiona pela quantidade e qualidade dos frutos, resultado do trabalho árduo em uma área com cerca de 60 pés plantados, distribuídos em menos de um hectare da propriedade de cinco hectares.
“O mercado da graviola está muito bom, a produção está carregada mesmo. É muito gratificante ver o pé cheio de frutos”, afirmou o produtor. Apesar do sucesso da safra, ele revela que os desafios para continuar no campo são imensos, especialmente pela falta de incentivos governamentais.

Aral exibi com orgulho sua produção de graviola/ Foto: Wanglézio Braga
Segundo o agricultor, embora a prefeitura de Capixaba tenha contribuído recentemente com um trator para preparar a terra, o suporte governamental ainda é insuficiente. “A terra é muito boa, tudo que você planta dá. Mas, sem incentivo, os produtores não conseguem expandir. Não tem adubo, não tem como escoar sem carro. O governo está pecando com a gente”, desabafou.
O cultivo da graviola, apesar de trabalhoso, é uma atividade lucrativa. O produtor vende cada unidade por R$ 10 reais a unidade e uma caixa, com mais de 10 frutos, por R$ 100 reais. A produção sustenta duas famílias, mas ele acredita que, com apoio adequado, o impacto econômico e social poderia ser muito maior. Mas, para chegar até o consumidor ele precisa sair de Capixaba até Rio Branco para vender nos mercados públicos. Acompanhamos essa entrega no Mercado Elias Mansour.

Caixas de Graviolas no Mercado Elias Mansour, a R$ 100 reais/ Foto: Wanglézio Braga
“Se o governo ajudasse com incentivos, plantio, adubo e logística, a gente poderia plantar muito mais. Hoje, o que falta é incentivo pra gente crescer”, finalizou.
O relato reflete a realidade de muitos agricultores no Acre, que veem na agricultura familiar e no agronegócio uma saída para o desenvolvimento econômico, mas ainda enfrentam barreiras que limitam o potencial produtivo da região.