Preço da carne dispara em Cruzeiro do Sul: sindicato expõe cadeia de custos e cobra união

Por Wanglézio Braga

O preço da carne bovina em Cruzeiro do Sul voltou a gerar debate, especialmente após a recente entrevista de Tarciso Barbary, presidente do Sindicato Rural de Cruzeiro do Sul, ao jornalista José Halif no programa Juruá Agro, da TV Juruá. Barbary destacou os desafios enfrentados por produtores, frigoríficos e açougues, e apontou que a alta nos preços finais não é responsabilidade exclusiva do produtor rural.

Segundo Barbary, o preço do boi bem acabado para o frigorífico está atualmente em R$ 18 por quilo, o mesmo valor praticado em 2022, após uma queda acentuada que levou o preço a R$ 14 no início de 2024. Ele explica que o mercado é regido pela lei da oferta e procura, e os produtores já enfrentam custos altíssimos. “Fazer uma arroba de boi em Cruzeiro do Sul é um dos processos mais caros do país, por causa do transporte e dos insumos. Apesar disso, o pecuarista tem cumprido todas as exigências de qualidade, como a boa capa de gordura no gado”, afirmou.

O presidente também destacou a margem de lucro dos frigoríficos, que compram o boi a R$ 18 e repassam a carne aos açougues por R$ 21, justificando essa diferença como custos operacionais e lucro bruto. “Não posso dizer que eles estão exagerando, mas essa margem de R$ 3 por quilo também impacta no preço final”, comentou.

Já nos açougues e supermercados, Barbary pediu mais flexibilidade nas margens de lucro. “Hoje, você compra uma sacolinha de carne por R$ 200. Acredito que os açougues e supermercados poderiam apertar um pouco mais as mãos, reduzir a margem de lucro, para tentar normalizar o mercado”, sugeriu.

Barbary também reforçou a importância da união entre produtores, frigoríficos e comerciantes para debater soluções que beneficiem tanto os consumidores quanto a cadeia produtiva. “O mercado é livre, mas se cada elo trabalhar de forma equilibrada, poderemos oferecer carne de qualidade a um preço mais justo para o consumidor final”, concluiu.

Enquanto isso, a população de Cruzeiro do Sul sente no bolso o impacto da alta nos preços, com muitos buscando alternativas para equilibrar o orçamento sem abrir mão de um item tão presente na dieta local.

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