Por Wanglézio Braga
O preço da alface caiu 9,91% na CEASA de Rio Branco em janeiro de 2025, conforme apontou o Boletim Hortifrutigranjeiro da Conab. A queda acompanha um crescimento expressivo na oferta do produto, que saltou de 720 quilos em dezembro de 2024 para 993 quilos em janeiro deste ano. O volume comercializado colocou o Acre à frente de estados como Paraíba e Maranhão, cujas CEASAs registraram apenas 157 quilos e 131 quilos de alface vendidos, respectivamente.
O aumento da produção e a consequente queda nos preços refletem as condições climáticas favoráveis no estado, fator determinante para o desempenho das folhosas. Segundo técnicos do setor, a produção de alface é extremamente sensível a variações de temperatura e chuvas, o que torna a estabilidade climática um dos principais motores da oferta no Acre. A proximidade entre as áreas produtoras e a capital acreana também facilitou a chegada do produto à central de abastecimento.
Com a crescente participação do Acre no mercado de hortifrutigranjeiros, produtores locais começam a enxergar novas oportunidades de consolidar o estado como polo relevante na produção de alface e outras folhosas. Apesar do cenário positivo, especialistas alertam que o setor segue vulnerável às mudanças climáticas da região amazônica, o que pode provocar oscilações bruscas nos próximos meses.
A Conab reforça que, de modo geral, cada CEASA é abastecida principalmente por produtores locais ou de áreas vizinhas, tornando o crescimento da alface no Acre um reflexo direto da organização da cadeia produtiva regional.