Por Wanglézio Braga
Durante um seminário realizado na manhã deste sábado (22), no Festival Internacional da Castanha, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ronald Polanco, fez um alerta contundente sobre a necessidade de repensar o modelo atual do extrativismo na Amazônia. Segundo ele, a falta de investimentos em inclusão social e desenvolvimento sustentável ameaça a continuidade dessa atividade fundamental para a economia e a preservação da floresta.
Polanco destacou que diversos projetos de acessibilidade e produção extrativista estão sendo prejudicados pela migração da população para áreas urbanas. “Hoje em Xapuri, vemos a soja avançando e ocupando espaços onde antes havia produção sustentável”, afirmou.
Polanco criticou a falta de investimento na capacitação dos jovens para atuar no setor, ressaltando que não há cursos voltados para a ecologia ou biodiversidade no estado. “Precisamos criar cursos de engenharia da biodiversidade, de ecologia. O IFAC em Xapuri está ameaçado de fechar por falta de alunos. Isso mostra que os governos precisam repensar essa situação urgentemente”, alertou.
Para Polanco, o caminho para a preservação e fortalecimento do extrativismo passa pela agregação de valor aos produtos da floresta, pela industrialização sustentável e pela criação de políticas públicas que incentivem as comunidades a permanecerem no campo.
“Se não tomarmos medidas agora, estaremos abrindo espaço para que a Amazônia vire um imenso pasto, e o extrativismo, que sustenta tantas famílias, será apenas uma lembrança do passado”, concluiu.