Por Wanglézio Braga
Durante o VI Congresso Internacional de Pecuária Leiteira da Amazônia Ocidental (CIPEL), nesta sexta-feira (31), o especialista Felipe Moura trouxe uma reflexão direta e prática aos produtores: o dinheiro da fazenda vem do capim, mas só vira lucro se o produtor souber “colher” o pasto com eficiência. “Conheço muitos pecuaristas que produzem muito capim, mas não conseguem aproveitar. É como plantar uma lavoura de milho e deixar a colheita para trás”, comparou.
Segundo Felipe, o segredo está em equilibrar a quantidade de pasto produzido com o número de animais que o consomem. “O animal é a nossa colheitadeira. Se há mais pasto do que o gado consegue comer, há desperdício. Se há mais animais do que pasto, há prejuízo. O ideal é ajustar o manejo diariamente, como num restaurante que precisa equilibrar o tamanho da cozinha com o número de clientes”, explicou.

O especialista reforçou também que, na Amazônia, é possível produzir mais sem derrubar nenhuma árvore. O caminho, segundo ele, está na técnica e no planejamento. “Talvez o problema não seja o tamanho da sua área, mas o modo como ela é explorada. O produtor precisa entender o bioma em que está inserido e trabalhar dentro das leis ambientais, aproveitando ao máximo o potencial do solo e do clima”, afirmou.
Felipe defendeu ainda a importância do planejamento forrageiro, levando em conta as variações de luz, chuva e temperatura ao longo do ano. “O pasto não cresce igual o tempo todo. Se o seu gado é o mesmo o ano inteiro, o planejamento precisa garantir comida suficiente nas épocas de menor produção. Só assim o produtor vai ter estabilidade e rentabilidade no negócio”, concluiu.
