Por Wanglézio Braga
O desabafo veio firme e direto: “Governador, preste atenção!”. A frase foi dita por Geraldo Pereira, pecuarista e ex-deputado estadual, ao criticar duramente a atual política do Governo do Acre em relação aos frigoríficos. Segundo ele, ao dar ouvidos ao Sindicarnes, o governo permitiu uma distorção no mercado que está sufocando o produtor: escala de 90 dias para abate e mais 30 dias para receber. “Isso tirou o produtor das compras, e quem quiser comprar hoje tem que empurrar o pagamento para até 120 dias”, alertou em postagem nas redes sociais realizada nesta quinta-feira (24).
Enquanto o Acre afunda na lentidão e no prejuízo, o vizinho Rondônia dá exemplo de como manter a pecuária viva. Na região Sudeste rondoniense, a escala média de abate é de apenas nove dias, e mesmo com parte dos frigoríficos fora do mercado por causa do anúncio do tarifaço americano, os preços seguem firmes: R$260/@ para o boi gordo, R$235/@ a vaca, R$250/@ a novilha e R$265/@ o boi China, com ágio de R$5/@.
A diferença de gestão e agilidade no mercado coloca o produtor acreano em situação desvantajosa. “A crise ainda nem sentiu o baque do tarifaço de Biden, articulado pela família Bolsonaro. Quando isso bater com força, o prejuízo vai dobrar”, disse Geraldo, preocupado com o futuro da atividade no estado.