Por Wanglézio Braga
Um verdadeiro banho de roxo tomou conta da comunidade de Jericó, na região de Porto Rico, departamento de Pando, que faz fronteira com o estado do Acre, no Brasil. A safra 2025 do açaí foi oficialmente aberta com uma grande festa organizada pela Federação Departamental de Açaí e Frutos Amazônicos de Pando (FEDAFAP) e Governo Departamental, reunindo produtores, extrativistas, empresários e autoridades do setor agrícola boliviano.
O evento não marcou apenas o início da colheita, mas também reafirmou o papel estratégico que o açaí vem assumindo na economia regional. Durante a solenidade, o governador de Pando, Regis Richter, destacou o fortalecimento do programa “Pando Transforma”, que incentiva a comercialização e industrialização do fruto amazônico.
“Sonhamos em ter de duas a três plantas de processamento de açaí em cada município. Isso não é apenas sobre economia, é sobre dignidade, geração de emprego e respeito ao trabalho do extrativista”, afirmou Richter, ovacionado por uma plateia formada em grande parte por famílias que vivem do extrativismo e da agricultura familiar.

O entusiasmo do setor privado também ficou evidente. Empresários do ramo garantiram a compra antecipada da safra, o que deve aquecer o mercado local e gerar renda para centenas de trabalhadores. São 256 toneladas com compra já garantida. Segundo a FEDAFAP, a expectativa é de que a safra deste ano supere a de 2024 tanto em volume quanto em qualidade, impulsionada por condições climáticas favoráveis e investimentos recentes em capacitação e logística.
A festa em Jericó teve ainda apresentações culturais, feiras de produtos amazônicos e rodas de conversa entre produtores e compradores, fortalecendo laços e acordos comerciais. A cada ano, o açaí boliviano ganha mais espaço no mercado regional e mostra que, além de alimento, ele é também símbolo de integração e desenvolvimento sustentável na Amazônia fronteiriça.