Por Wanglézio Braga
O que há de tão especial no café de José Sebastião de Oliveira para encantar os jurados do Qualicafé 2025 e garantir o título de melhor do Acre? Segundo os especialistas, o grão produzido em Xapuri, na propriedade do seu José, reuniu características raras de sabor e equilíbrio: notas frutadas, toque de mel e caramelo, lembrança de pudim de leite, acidez cítrica marcante e finalização agradável.
O resultado dessa combinação sensorial rendeu ao produtor a expressiva nota de 89,5 pontos e o prêmio de R$ 55 mil, entregue na tarde desta sexta-feira (10), no Afa Jardim, em Rio Branco.
José acredita que parte da magia está na natureza que o cerca. “Talvez tenha sido o trabalho que temos com as abelhas. Elas são muito importantes pra gente”, contou, emocionado. O produtor, que começou cultivando legumes, decidiu apostar no café após perceber o potencial da planta nas terras de Xapuri. “Quando chamaram os 10 melhores, eu já senti que estaria entre os primeiros. Foi uma alegria imensa ver o nome de Xapuri em primeiro lugar, afinal nossa cidade sempre tem ligação com o extrativismo e agora é conhecida pelo seu café”, destacou.
Para ele, o prêmio é fruto de um trabalho familiar e de muita dedicação. “Quero dedicar esse prêmio ao meu filho, que estuda Biotecnologia fora do Acre, e à minha filha, que está em Ouro Preto, Minas Gerais. Eles ajudaram a plantar esse café, mesmo de longe. Esse reconhecimento também é deles”, disse emocionado.
Especialista em cafés e técnico do concurso, Janderson Dazalen explicou como exaltou que o estado do Acre tem tudo para produzir um dos melhores cafés do Brasil. “Eu já provei cafés de vários estados e posso afirmar: o Acre surpreendeu. O nível de qualidade é altíssimo. Todos os cafés finalistas são especiais, e muitos poderiam concorrer em concursos nacionais”, afirmou Dazalen.
Para o secretário José Tchê “O Qualicafé 2025 mostrou que o Acre tem produtores cada vez mais atentos à qualidade e à sustentabilidade, transformando o café local em referência nacional”.