Por Wanglézio Braga
O painel “Bioeconomia e Agro: O quanto o Agro pode ser bioeconômico e o quanto a bioeconomia pode ser agro”, realizado nesta quarta-feira (25) durante o Seminário Internacional Txai Amazônia, em Rio Branco, levantou discussões importantes sobre a convergência entre o campo e as novas práticas sustentáveis. Mediado pelo médico veterinário Edivan Azevedo, atual secretário adjunto da Seagri, o encontro reuniu pesquisadores, técnicos e pessoas interessadas em integrar inovação e sustentabilidade à produção rural.
Edivan foi direto: “Tudo que o agro produz é bioeconomia, embora nem sempre o produtor se reconheça nesse conceito. O que precisamos agora é desmistificar a ideia de que quem defende a bioeconomia está contra o agro. É o contrário. São áreas que se complementam e fortalecem”. Ele lembrou que práticas como o uso de etanol de milho, biodigestores e biocombustíveis são exemplos claros de bioeconomia aplicada no campo desde os anos 70.
Com participação de nomes como Jorge Dias (engenheiro de produção de São Paulo), Marcelo Shama (da Cooperativa Nacional de Crédito de Carbono), Judson Valentin e Alfredo Oyama Homma (pesquisadores da Embrapa Acre e Pará), o painel destacou que o produtor rural tem papel fundamental no enfrentamento das mudanças climáticas e no desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis.
O debate reforçou que a bioeconomia não é um conceito distante ou restrito a laboratórios. Está no dia a dia de quem produz, seja com o reaproveitamento de resíduos, seja com práticas agroecológicas que preservam o solo e aumentam a renda. O recado final do painel foi claro: é hora de valorizar o agro como protagonista de um modelo de desenvolvimento que respeita o meio ambiente e garante comida na mesa de milhões.