Por Wanglézio Braga
Encerrando o segundo dia do VI Congresso Internacional de Pecuária Leiteira da Amazônia Ocidental, realizado nesta sexta-feira (31) em Rio Branco, o produtor rural Nivaldo Michetti, deu uma verdadeira aula de experiência e sabedoria prática sobre a vida no campo. Técnico agrícola e com mais de três décadas dedicadas à produção de leite, ele começou sua trajetória em Santana de Itararé (PR) e hoje vive em Paranaíta (MT), onde construiu uma história marcada por trabalho, fé e resultados.
Michetti iniciou a atividade leiteira em 1990, com apenas seis vacas em lactação e uma produção diária de 36 litros. “Com esses 36 litros eu era o maior produtor da cidade, que nem bacia leiteira tinha. Começamos no escuro, sem acesso a informação, com vaca zebuada e ordenha manual”, relembrou. Ele contou que chegou a pedir a Deus para preservar suas mãos do esforço diário, mas que o amor pela atividade falou mais alto. A virada veio em 1997, quando adotou o pastejo rotacionado, melhorou a genética, investiu em infraestrutura e passou a estudar sobre o negócio.

“Eu não vivo do leite, eu vivo do lucro do leite”, afirmou o produtor, que destacou a importância de compreender a propriedade como uma empresa rural. Para ele, o segredo do sucesso está em pequenos detalhes do manejo: água limpa e próxima, sombra de qualidade, alimentação abundante, bom humor e paixão pelo que faz. “A vaca não aceita mal humor nem cachorro latindo. O produtor tem que gostar do que faz e acreditar. Produzir leite parece fácil, e é — como andar de bicicleta: ralando o dedo e caindo, até aprender.”
Com simplicidade e carisma, Michetti defendeu que o produtor é o elo mais importante da cadeia do leite e deve se orgulhar da atividade. Ele também incentivou os participantes a envolverem toda a família no negócio. “Se quiserem sucesso, tragam as mulheres para dentro da propriedade. É no trabalho em conjunto que o leite vira resultado”. concluiu.

