Por Wanglézio Braga
O mercado de maçã registrou um comportamento atípico na Ceasa de Rio Branco (AC). Enquanto os preços do fruto despencaram 12,36%, a comercialização explodiu, atingindo um crescimento expressivo de 147% no último período analisado pelo Boletim Hortifrutigranjeiro.
A quantidade de maçã comercializada na Ceasa Rio Branco saltou de 10.188 kg em novembro de 2024 para 25.128 kg em dezembro do mesmo ano. Comparado a dezembro de 2023, quando foram vendidos apenas 400 kg, o aumento é impressionante. Esse crescimento reflete a tendência nacional, que viu a comercialização total de maçãs alcançar 322,1 mil toneladas em 2024, um avanço de 1,5% em relação a 2023.
IMPORTAÇÃO
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a alta nas importações foi essencial para suprir a redução na produção nacional, afetada por condições climáticas adversas na Região Sul. O terceiro trimestre de 2023 registrou um menor número de horas de frio, impactando negativamente o período de dormência das macieiras. Já no quarto trimestre, a estiagem prejudicou o desenvolvimento dos frutos, reduzindo a oferta interna e forçando o mercado a buscar alternativas externas.
CENÁRIO INUSITADO
Enquanto outras Ceasas registraram quedas nos preços, como Ceagesp (São Paulo) com -5,35% e Ceasa/PE (Recife) com -5,42%, o caso de Rio Branco chama a atenção pelo crescimento exponencial da comercialização, mesmo diante da desvalorização do produto.
O fenômeno pode ser explicado pelo aumento da demanda local, possivelmente impulsionado por estoques maiores e preços mais acessíveis, tornando a fruta mais atrativa ao consumidor acreano.
A tendência para os próximos meses dependerá do comportamento da safra nacional e das importações. Se as condições climáticas forem favoráveis, o mercado poderá se estabilizar, mas os produtores e atacadistas devem ficar atentos às oscilações nos preços e volumes disponíveis.