Por Wanglézio Braga
No Dia Internacional da Mulher Rural, celebrado nesta terça-feira (15), o Portal Acre Mais destaca a história de Marília Constantino, presidente da Associação dos Cafeicultores de Capixaba, localizada no assentamento “Nova Promissão”. À frente de uma associação jovem, ela tem mostrado que a força da mulher também move o campo. Com 25 associados, Marília aposta na união e no foco para garantir resultados reais a todos os membros.
“Nosso trabalho começou pequeno, mas com grandes sonhos. Já estamos cultivando café e, neste ano, iniciamos o plantio de cacau, porque ele tem uma lucratividade ainda maior. Cada associado trabalha em um hectare. E um dos nossos produtores, o Jaime Fernandes, já ficou em sétimo lugar no concurso QualiCafé. Isso é um grande incentivo para todos nós”, contou Marília.
A associação tem recebido apoio importante de parceiros públicos e privados. A produtora destaca a ajuda do Secretário José Tchê, que enviou mudas de café, além da prefeitura, que tem auxiliado com maquinário e preparo do solo. “A gente também conta com o apoio do INCRA e da Unisol, que sempre nos orientam. São parcerias que deram certo e estão ajudando nossa agricultura a crescer”, destacou.
Pensando no futuro, Marília sonha alto: quer que Capixaba vá além da agricultura familiar e conquiste espaço internacional. “Meu objetivo é exportar. Já estou buscando informações e quero ver nosso café e cacau chegando a outros países. A mulher rural tem força e capacidade de transformar a vida com trabalho e coragem”, afirmou com orgulho.
Ser mulher no campo ainda traz muitos desafios, mas também vitórias que inspiram. Para Marília, a vida rural exige determinação dobrada. “A gente enfrenta sol, chuva, dificuldade com transporte e falta de recursos, mas não desiste. Cada plantio é um aprendizado, e ver o resultado brotar na terra é o que nos motiva a seguir em frente”, relata. Ela lembra que muitas mulheres da comunidade conciliam o trabalho pesado na roça com as tarefas de casa e o cuidado com os filhos, provando que a força feminina vai muito além da lavoura.
Nos últimos anos, Marília tem percebido uma mudança importante: o reconhecimento do papel da mulher rural. “Hoje a gente tem mais voz. Participamos das reuniões, tomamos decisões e mostramos que sabemos produzir com qualidade. Não é mais só o homem que lidera. A mulher está à frente, buscando conhecimento e lutando para melhorar de vida”, enfatizou. Segundo ela, cada conquista alcançada no campo representa não apenas o progresso da agricultura local, mas também o empoderamento feminino que transforma comunidades inteiras.
