Por Wanglézio Braga
O cultivo do arroz de sequeiro no Acre ganhou sinal verde do Governo Federal, mas com uma série de restrições e exigências técnicas. A nova Portaria nº 68, assinada pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Guilherme Campos Júnior, aprovou o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a safra 2025/2026, delimitando as regiões e períodos ideais para o plantio com base em risco climático mínimo. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Segundo o documento, foram considerados critérios rigorosos como a temperatura média do ar, a necessidade hídrica do solo e a profundidade das raízes. Apenas solos com mais de 50 cm de profundidade e com textura arenosa, média ou argilosa foram considerados aptos, deixando de fora áreas degradadas, pedregosas ou de preservação permanente. Também foi determinado que a semeadura deve seguir os decêndios específicos (intervalos de dez dias), com risco de plantio variando entre 20%, 30% e 40%, conforme o histórico climático dos municípios.

Entre as cultivares recomendadas para o estado estão variedades do Grupo I, como ANa 8001 e BRS Monarca, e do Grupo II, como a BRS A504 RH, todas indicadas por centros de pesquisa como a Embrapa Arroz e Feijão. O uso de sementes certificadas e adaptadas à região é obrigatório para garantir a segurança da produção e reduzir perdas causadas por estiagens ou temperaturas elevadas, especialmente na fase crítica de florescimento, onde o cereal mais sofre com o estresse climático.
A medida reforça o papel técnico do Zarc como ferramenta essencial para orientar o produtor rural na tomada de decisões e na busca por crédito agrícola, além de oferecer respaldo para o seguro rural. A consulta detalhada por município já está disponível no painel interativo do Ministério da Agricultura, onde o produtor pode verificar, com base no tipo de solo e grupo varietal, os períodos mais seguros para garantir uma colheita de sucesso.