Por Wanglézio Braga/ Fotos: Arquivo Pessoal
O peão Manoel Santos, que já levou o nome do Acre para arenas de todo o Brasil, carrega consigo duas décadas de histórias no mundo dos rodeios. Natural do Mato Grosso, ele chegou ao Acre ainda menino, aos 12 anos, quando a família buscava novas oportunidades na lavoura. Foi aqui que realizou o sonho de se tornar peão de fazenda e, mais tarde, peão de rodeio, carreira que seguiu com maestria.
“Tudo que aprendi no rodeio em touro foi no Acre. Por isso devo muito a esse estado, que me acolheu e hoje é a terra da minha família”, disse em entrevista ao Portal Acre Mais.

Manoel lembra que o cenário do rodeio no Acre já passou por altos e baixos, mas acredita que o setor voltou a crescer. “Uns três ou quatro anos pra cá deu uma boa alavancada. Hoje o rodeio aqui tem outro nível”, avalia. O peão, que já competiu e venceu em diferentes estados, vê nas novas gerações uma chance de manter viva a tradição e expandir a representatividade acreana no esporte. Atualmente, Santos é convidado para atuar nos rodeios como porteiro de rodeio ou “porteireiro” como chamam os atletas.

Ao falar com os jovens que sonham em seguir a mesma carreira, Manoel é direto: “Rodeio é sonho e objetivo. Tem que treinar, se dedicar e buscar os grandes eventos. Rodeio pequeno é só pra começar. Depois é preciso levar o nome do estado para o Brasil e fazer uma carreira de verdade”. Ele também lembra que disciplina fora da arena é essencial. “No começo eu fiz tudo errado, não descansava, não me alimentava bem. Hoje eu diria pra mim mesmo: se cuida, porque um cowboy precisa ser atleta em tudo”, confessa.
Entre tantas memórias, Manoel destaca a emoção de ter competido em Barretos, considerado o maior rodeio do país. “Foi especial, fui muito bem tratado e guardo uma saudade enorme. É uma arena que todo peão sonha em voltar. Se um dia retornar a competir lá, será uma honra”, relembra.