Por Wanglézio Braga
O café é mais do que um grão — é história, arte e conexão. E foi com esse olhar que o artista plástico e designer mineiro Robson Emerick emocionou o público durante a Semana Internacional do Café (SIC), que acontece até hoje (7) em Belo Horizonte (MG). Em parceria com a empresa Átilla Intelligent Roaster, ele apresentou uma réplica de uma locomotiva construída com peças de torradores de café, unindo sustentabilidade e memória cultural.
A obra faz referência aos trens que, no início do século XX, transportavam o café das montanhas de Minas até os portos de exportação. Para Robson, a locomotiva é mais do que uma escultura: é um símbolo de movimento, trabalho e progresso. “Usamos o próprio torrador da Átilla, desmontado e reaproveitado, para criar essa peça que representa o transporte do café nos trilhos da história”, contou o artista.
O projeto levou quatro meses de produção e envolveu pesquisa histórica, criação artística e reaproveitamento de materiais metálicos. “A sustentabilidade é uma das mensagens centrais da obra. É possível transformar resíduos da indústria em arte e, ao mesmo tempo, contar uma história que inspira novas gerações”, explicou.
O próprio torrador, desmontado e reaproveitado virou uma réplica de trem (Foto: Wanglézio Braga)
A instalação virou ponto de encontro no pavilhão da feira. Jovens registram a peça para as redes sociais, enquanto produtores, torrefadores e visitantes mais antigos se emocionam ao relembrar o passado. “Ver públicos de todas as idades se conectando com a obra é gratificante. O café é isso: um elo entre pessoas, tradições e o futuro”, resumiu Robson.
