Por Wanglézio Braga
Em meio a uma das maiores discussões econômicas do setor agropecuário acreano, o governador Gladson Cameli adotou uma postura conciliadora, mas firme, ao se posicionar sobre a chamada “pauta do boi” — tema que tem colocado em lados opostos pecuaristas e donos de frigoríficos no estado. “O governo não tem lado. Meu compromisso é com o equilíbrio, com a geração de emprego e renda”, afirmou o governador em entrevista ao Portal Acre Mais durante o Circuito Country de Epitaciolândia, nesta sexta-feira (2).
A divergência gira em torno dos preços de referência da arroba do boi e as condições comerciais entre os elos da cadeia produtiva da carne. Enquanto pecuaristas pedem por uma pauta mais justa que valorize a produção, os frigoríficos argumentam com custos e mercado. Cameli, no entanto, reforçou que não permitirá que o Estado seja prejudicado por interesses conflitantes. “Temos um milhão de pessoas que dependem da saúde financeira do Acre. Não posso me curvar a pressões isoladas”, disse.
A determinação do governador foi clara: o secretário de Fazenda está encarregado de mediar a situação, atendendo à provocação feita pela Assembleia Legislativa. O objetivo é construir uma proposta que atenda a todos de forma igualitária, sem beneficiar A ou B. “É hora de humildade, de sentar à mesa e achar um meio-termo. O Estado precisa ser o ponto de equilíbrio, não o bode expiatório”, frisou Cameli.
A fala de Cameli foi interpretada como um chamado ao diálogo e à responsabilidade coletiva. Com o agronegócio sendo uma das principais engrenagens da economia acreana, o desfecho da pauta do boi pode representar não apenas um acerto de contas no setor, mas também uma virada de chave para a retomada do crescimento no estado.