Por Wanglézio Braga
Enquanto os visitantes da Expoacre 2025 se encantam com os animais expostos no Parque de Exposições Wildy Viana, quem está nos bastidores da festa vive um drama silencioso. Peões – os verdadeiros responsáveis pelos cuidados dos bichos – denunciaram ao Portal Acre Mais a precariedade do setor de baias, onde faltam até as condições mínimas para higiene e segurança.

Improviso para instalação de tomada coloca em risco a vida de todos (Foto: Portal Acre Mais)
Segundo os trabalhadores, os banheiros são sujos e o banho só é possível se for dividido com os próprios animais, em plena área pública e nos horários de menor circulação. Além disso, não há acesso fácil a tomadas para carregar celulares, obrigando-os a improvisar uma “gambiarra” com fios e cordas em um rabicho.

Banheiros sujos e sem condições de uso// chuveiro sem água e ralo entupido (Fotos: Portal Acre Mais)
Outro ponto grave é a insegurança. Mesmo com um posto policial próximo, andarilhos e usuários de drogas circulam livremente pelas baias, promovendo vandalismo e até furtando objetos dos peões. Os cuidadores também denunciam a irresponsabilidade de visitantes que mexem nos animais, desamarram rédeas e colocam em risco quem trabalha e quem passeia pelo parque.
A falta de estrutura para quem garante o sucesso da exposição é um desrespeito com o homem do campo. O gado chama a atenção, movimenta o evento e gera renda – mas é preciso lembrar que por trás de cada animal tem um peão mal alojado, cansado e desassistido. Se a Expoacre quer ser grande, precisa começar dando dignidade a quem a sustenta.