Por Wanglézio Braga
Durante o VIII Simpósio Acadêmico de Engenharia Agronômica – Manejo e Tecnologias para Produção, realizado nesta quinta-feira (13), no Teatro Universitário da UFAC, o médico veterinário Antônio Jhonata, um dos cinco assistentes técnicos pioneiros de Acrelândia, abordou os desafios da assistência técnica nas pequenas propriedades rurais do Acre. Ele destacou que o estado ainda apresenta baixo investimento na área, o que reflete diretamente na produtividade e na qualidade da produção agropecuária.
Segundo Jhonata, muitos produtores acreanos ainda não têm estrutura adequada para receber uma assistência técnica mais detalhada. A falta de acesso, a distância entre as propriedades e a precariedade dos ramais dificultam o trabalho dos profissionais que atuam no campo. “Temos propriedades muito isoladas, o que prejudica o acompanhamento técnico. Isso, somado à falta de conectividade e ao custo elevado dos insumos, deixa o pequeno produtor sem condições de competir e crescer”, pontuou.
O veterinário ressaltou que o Acre possui cerca de 35 mil famílias rurais e que boa parte delas ainda não recebe nenhum tipo de acompanhamento técnico contínuo. Ele defendeu uma atuação mais forte de entidades como o SEBRAE, SENAR e Secretaria Estadual de Agricultura, para ampliar o alcance da assistência e reduzir as desigualdades no acesso à tecnologia e à informação.
Jhonata também avaliou a situação da pecuária leiteira em Acrelândia, onde concentrou sua atuação. Apesar do potencial de crescimento, ele destacou que o setor ainda enfrenta dificuldades com o baixo preço do leite e o alto custo de produção, tornando a atividade inviável para pequenas propriedades de dois a seis hectares. “O papel do técnico é justamente ajudar o produtor a transformar o pouco que tem em uma fonte real de renda. É otimizar o que existe e dar sustentabilidade ao campo”, concluiu.
