Por Wanglézio Braga
O produtor João Eudes, mais conhecido como Vô João, está mudando a paisagem agrícola de Tarauacá. Apaixonado pelo café desde os tempos de infância no Paraná e Rondônia, ele trouxe essa experiência para o Acre, onde já vive há 13 anos. Mesmo diante da descrença de alguns, decidiu plantar um hectare com quatro mil pés de café e hoje comemora a primeira safra.

Segundo Vô João, a colheita inicial foi motivo de orgulho: “Produziu pouco, mas já foi suficiente para realizar meu sonho de ver o café dando fruto”. Da primeira safra saíram 40 sacos de café seco, que beneficiados rendem cerca de 18 sacos. Vendendo o produto torrado, de forma artesanal, em feiras, no mercado municipal e até de porta em porta, ele estima faturar em torno de R$ 50 mil.
O trabalho é todo em família. A esposa ajuda com pães e bolos caseiros que complementam a renda, enquanto a filha participa das vendas. Para o produtor, a lavoura de café garante estabilidade: “Você planta e colhe por muitos anos. Diferente de outras culturas, o café dá segurança e futuro para o agricultor”.
Apesar de Tarauacá ser conhecida como a terra do abacaxi gigante, Vô João sonha mais alto. Ele acredita que, com incentivo, a cidade também pode ser reconhecida como a terra do café. “O abacaxi já é tradição, mas eu creio que o café vai prevalecer. Esse é o meu sonho”, afirma com esperança.
