Por Wanglézio Braga
Durante entrevista exclusiva ao Portal Acre Mais, o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírio Inácio da Silva, destacou nesta sexta-feira (07) o papel da entidade e o crescimento da produção nacional, com especial atenção aos cafés amazônicos. Criada em 1973, a ABIC surgiu para unir as indústrias e incentivar o consumo de café no Brasil, que à época estava em queda. “De lá pra cá, fizemos um trabalho contínuo de qualificação, e hoje o brasileiro consome mais de 6,2 quilos por habitante ao ano, tornando o país o segundo maior consumidor de café do mundo”, afirmou Celírio.
O diretor lembrou que o Brasil vive uma nova fase na cafeicultura, especialmente com o avanço dos robustas amazônicos — cafés que vêm conquistando o mercado e agregando valor à produção regional. “Há menos de dez anos, o conilon era visto apenas como base neutra para blends. Hoje, temos robustas amazônicos com qualidade sensorial reconhecida e certificados pela ABIC”, ressaltou.

Ao comentar sobre o Acre, Celírio foi enfático ao reconhecer o potencial do estado. “O Acre tem surpreendido positivamente, tanto na produção quanto na industrialização. Há um esforço claro de produtores e torrefadoras locais em buscar qualidade e diferenciação”, destacou. Ele lembrou ainda que a ABIC apoia as indústrias nacionais com capacitações e orientações que vão do plantio à torra, passando pelo empacotamento e transporte, garantindo segurança alimentar e excelência no produto final.
Para o dirigente, o futuro do café brasileiro é promissor e passa também pela Amazônia. “O Brasil já é líder em arábica e caminha para ser o maior produtor de robusta. Se mantiver essa qualidade e diversidade, logo assumiremos a dianteira mundial em todos os tipos de café”, concluiu.
