Por Wanglézio Braga
Reconhecido como uma iguaria mundialmente admirada, o queijo, que celebra seu dia em 20 de janeiro, é muito mais que um alimento: ele é sinônimo de cultura, tradição e sofisticação. Mas, no Acre, essa obra-prima da gastronomia enfrenta barreiras que limitam seu desenvolvimento e afastam o estado do potencial que poderia ter nesse mercado.
Apesar de ser protagonista em mesas ao redor do mundo, a produção de queijo no Acre esbarra em desafios estruturais e legais. O estado carece de uma bacia leiteira expressiva, o que reduz a oferta de matéria-prima essencial. Além disso, os péssimos ramais dificultam o transporte e o escoamento da produção, prejudicando o acesso aos mercados locais e regionais.
Outro obstáculo significativo é a ausência de um selo de inspeção que permita aos produtores comercializar seus queijos dentro e fora do estado. Essa lacuna deixa os produtores vulneráveis à fiscalização intensa, especialmente no Alto Acre, onde a produção de queijo é mais presente.
“Os produtores ficam amedrontados com as fiscalizações dos órgãos reguladores. Muitos acabam limitados a vendas informais, utilizando redes sociais ou comércio direto por encomendas, já que são impedidos de vender em feiras,” relatou um produtor.
A burocracia e a falta de apoio institucional agravam a situação. Enquanto outros estados investem no fortalecimento da cadeia produtiva de laticínios, o Acre segue patinando, mesmo com a demanda crescente por produtos locais de qualidade.
Com o Dia Mundial do Queijo, surge a reflexão sobre como o estado poderia se posicionar melhor nesse mercado. Investimentos em infraestrutura, certificação e incentivos ao setor seriam passos importantes para transformar a produção local em um orgulho acreano e um atrativo econômico para a região.