Por Wanglézio Braga
Faltando apenas dez dias para o fim do período obrigatório da declaração de rebanho 2025, muitos produtores ainda estão completamente desinformados sobre o prazo e as exigências. A falha, segundo relatos do interior, não está no campo, mas na comunicação pública. O Idaf, responsável por coordenar e fiscalizar o processo, praticamente não investiu em divulgação, deixando o produtor sem orientação adequada. Em várias cidades, quase ninguém ouviu falar da campanha — e quem ouviu, não sabe as datas corretas.
O período de declaração vai de 1º de outubro a 30 de novembro e precisa ser realizado todos os anos pelo sistema SISDAF ou presencialmente nas unidades do Idaf. O problema é que, além da campanha fraca, o próprio “site institucional do instituto segue desatualizado e pesado para carregar”, informou um grupo de criadores de gado do Bujari. Para quem depende de internet rural — muitas vezes instável e limitada — o acesso ao sistema se torna quase uma loteria, causando atraso e insegurança.

Se o produtor não fizer a declaração dentro do prazo, pode enfrentar multas e ainda ficar impedido de emitir a Guia de Trânsito Animal, documento essencial para movimentar os bovinos, por exemplo. Na prática, isso significa travar a comercialização, atrasar embarques, perder negócios e comprometer a renda da família. Ou seja: o prejuízo cai no colo de quem trabalha, enquanto a responsabilidade de informar e orientar, que deveria ser do Estado, não chega onde precisa.
A campanha de comunicação deste ano e de 2024 passou longe das rádios do interior, das televisões, das redes sociais e dos veículos especializados que falam diretamente com o homem do campo. Falta iniciativa, falta planejamento. O produtor está fazendo sua parte. O Idaf, não.
