Por Wanglézio Braga
Na Entrevista Especial do Portal Acre Mais, o presidente da Associação Comercial, Cultural e Empresarial de Plácido de Castro (ACCEPC), Samuel Oliveira Cassiano, expôs as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes locais diante da concorrência com os bolivianos da Vila Evo Morales. Do lado brasileiro, os lojistas pagam impostos e encargos trabalhistas. Do outro, atravessando apenas uma ponte de madeira, setores como o de roupas, calçados e bebidas lucram sem recolher tributos.
Segundo Samuel, o problema se agrava porque mercadorias que deveriam ir para Cobija entram direto na Vila Evo Morales por Plácido de Castro, fortalecendo o comércio local boliviano. Ele lembra que a ACCEPC foi reativada durante a pandemia, com novo CNPJ, e hoje reúne quase 50 associados que buscam soluções para equilibrar essa disputa. “Trabalhamos motivados, temos uma diretoria técnica e conquistamos credibilidade”, afirma.

Plácido de Castro, situada na fronteira com a Bolívia, vive essa disputa comercial diariamente, e o futuro da economia local pode depender das decisões que saírem de Brasília
A principal esperança está em uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tramita no Congresso e prevê transformar as cidades acreanas de Plácido de Castro, Assis Brasil e Capixaba, em áreas livres de comércio. “Pagamos todos os tributos, enquanto na Bolívia não existe essa carga. Só com a aprovação e sanção dessa PEC poderemos competir de igual para igual”, defende.
O presidente da associação quer reunir a bancada federal do Acre para discutir o tema e reforça que a desigualdade atinge principalmente lojas de roupas e calçados, que perdem clientes para os preços mais baixos do lado boliviano. “Hoje trabalhamos em desvantagem. É um problema sério, mas sonhamos em um dia ter nossa área livre de impostos”, conclui.
