Por Wanglézio Braga
O mercado de alimentos regionais na Amazônia pode ganhar novos sabores em 2026. Em primeira mão ao Portal Acre Mais, o produtor rondoniense Andreo Bertol, proprietário da Pescados Rei do Pirarucu, revelou que trabalha para colocar nas prateleiras do Acre produtos pouco convencionais: linguiça de jacaré, linguiçinha e kibe de pirarucu. Uma aposta ousada, mas totalmente alinhada ao potencial gastronômico da região.
Não é novidade que o acreano tem tradição em quibe— seja o clássico de arroz, o de trigo ou até o de macaxeira. A pergunta que fica é: será que a moda do quibe de pirarucu e de jacaré vai pegar? Bertol acredita que sim. Segundo ele, a ideia surgiu da necessidade de diferenciar a produção dentro do próprio estado, onde peixarias são comuns, mas produtos derivados e inovadores ainda são pouco explorados.

Em Rondônia, as receitas começaram a ganhar destaque na Rondônia Rural Show, no ano passado, onde foram apresentadas e rapidamente chamaram atenção do público. O produtor explica que a empresa busca transformar pescados tradicionais em produtos prontos para consumo, com sabor marcante e identidade amazônica. “A aceitação tem sido enorme por aqui. As pessoas gostam porque é algo diferente, mas com o sabor da nossa terra”, afirma.
Para chegar ao Acre, porém, a empresa precisa concluir o processo de certificação nacional. Hoje, os produtos possuem selo de inspeção municipal e podem ser vendidos apenas dentro de Rondônia. Bertol explica que trabalha para obter a certificação Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal SISBI , que liberará a comercialização em todo o país. Se tudo correr como planejado, até meados de 2026 o consumidor acreano já poderá experimentar as novas iguarias. “Faço questão de levar pessoalmente e apresentar ao povo do Acre”, garante.

