Por Wanglézio Braga
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feijó, Claudélio Bomfim, fez um apelo direto às lideranças indígenas do Acre: é hora de ampliar a produção agrícola e pecuária dentro das comunidades. Segundo ele, o crescimento populacional nas aldeias exige medidas urgentes para garantir a segurança alimentar dos povos originários, e apenas os métodos tradicionais já não são suficientes para suprir a demanda. A fala ocorreu após publicação de reportagem do Portal Acre Mais, nesta quarta-feira (06) sobre um evento numa aldeia de Feijó.
“Meu sonho é ver as comunidades indígenas despertando para a agricultura expansiva”, declarou Claudélio. Para ele, o equilíbrio ambiental ainda é prioridade, mas não pode ser empecilho para o desenvolvimento produtivo. “A gente precisa respeitar a floresta, sim, mas também garantir comida na mesa do nosso povo com criação de gado e plantio em maior escala”, disse.
Claudélio argumenta que muitos indígenas já demonstram interesse em técnicas modernas de cultivo e manejo, mas ainda faltam incentivo técnico e político. Ele defende que políticas públicas específicas sejam voltadas para esse modelo de desenvolvimento sustentável dentro das aldeias, respeitando a cultura, mas com foco em resultados concretos para a sobrevivência das novas gerações.
A proposta do sindicalista deve gerar debate entre ambientalistas e defensores da autonomia indígena, mas ele diz estar disposto ao diálogo. “Não estou aqui para impor, mas para propor. O tempo mudou, o povo aumentou e a necessidade bate na porta. O que queremos é progresso com dignidade e respeito às raízes“, concluiu.