Por Wanglézio Braga
O Centro Socioeducativo do Alto Acre (CESA) marca presença no 12° Circuito Country de Epitaciolândia, levando ao público projetos desenvolvidos por adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. A iniciativa surpreendeu ao mostrar que, mesmo em privação de liberdade, os jovens têm acesso a oficinas de marchetaria, origami e cursos profissionalizantes, como o recém-finalizado curso de barbeiro. “As pessoas ainda pensam que socioeducação é só reclusão, mas nosso trabalho vai além: é sobre reconstrução”, afirmou o diretor Ronaldo Pinheiro.

Atualmente, cinco adolescentes participam ativamente dessas atividades, um número considerado positivo para uma unidade que atende a região do Alto Acre, incluindo Brasiléia, Xapuri e Assis Brasil. Além das oficinas, os internos seguem uma rotina com estudos, atendimentos psicológicos, visitas familiares e o apoio constante de uma equipe multidisciplinar. A expectativa é expandir os projetos, com a chegada de uma horta comunitária na unidade.
A participação no evento representou uma oportunidade de quebrar estigmas e apresentar à sociedade o trabalho silencioso, porém transformador, realizado dentro das unidades. Os produtos confeccionados pelos adolescentes chamaram atenção pela qualidade e sensibilidade. Para Ronaldo, mais do que expor peças, a presença no Circuito é um recado claro: “o sistema socioeducativo é uma chance real de mudança”.