Por Wanglézio Braga
Os números não mentem e acendem o alerta para produtores e comerciantes do Acre: a comercialização de melancia na Ceasa de Rio Branco sofreu uma queda drástica em fevereiro de 2025, atingindo o pior desempenho dos últimos dois anos. Segundo o último Boletim Hortifrutigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram movimentados apenas 16.400 quilos da fruta — uma redução brusca frente aos 129.820 kg registrados em janeiro de 2025 e aos 58.350 kg de fevereiro de 2024.
O desempenho coloca o Acre em posição desconfortável no ranking nacional, superando apenas Roraima (14.000 kg) e o Ceasa do Distrito Federal (5.000 kg), no quesito volume de melancia comercializada.

Especialistas apontam diversos fatores para o tombo nos números: clima instável, aumento nos custos logísticos, dificuldades de colheita e distribuição, além da concorrência de estados com maior capacidade de produção, como Goiás e Bahia, que inundam o mercado com frutas mais baratas e em maior escala.
A Ceasa de Rio Branco, tradicional ponto de escoamento de hortifrutigranjeiros na região Norte, tem enfrentado desafios logísticos e de abastecimento. A falta de regularidade na entrada da fruta nos boxes afeta diretamente feirantes, revendedores e consumidores, que têm sentido no bolso o impacto da escassez: melancias menores e mais caras tomaram o lugar das tradicionais frutas graúdas e acessíveis do verão acreano.