Por Wanglézio Braga
O governo brasileiro anunciou que a Costa Rica autorizou a importação de castanha-do-Brasil, tanto com casca quanto sem casca. A decisão abre novas portas para um dos produtos mais tradicionais da Amazônia, que une valor nutricional, renda para comunidades e conservação ambiental, incluindo os extrativistas do Acre.
Em 2024, o Brasil já havia exportado mais de 272 milhões de dólares em produtos agropecuários para a Costa Rica, principalmente cereais, farinhas e soja. Agora, a castanha passa a integrar a lista, ampliando as oportunidades para os extrativistas que dependem dessa atividade para viver. O anúncio pode beneficiar produtores locais do Acre, tendo em vista que a castanha é uma das atividades extrativistas que tem bastante força no estado.
Com esse anúncio, o agronegócio brasileiro atinge 443 novas oportunidades de exportação em 72 destinos desde o início da atual gestão. O resultado é fruto da articulação entre o Ministério da Agricultura e Pecuária e o Ministério das Relações Exteriores.
A CASTANHA
No Acre, a castanha-do-Brasil é uma das principais riquezas da sociobiodiversidade e desempenha papel fundamental na economia de comunidades extrativistas. A produção é realizada de forma sustentável, garantindo renda para milhares de famílias, especialmente nas regiões do Vale do Juruá e do Alto Acre. Além de ser uma fonte importante de alimento e de produtos para a indústria, a atividade ajuda a manter a floresta em pé, já que a coleta das castanhas depende diretamente da preservação das áreas nativas.
O Acre está entre os estados que mais se destacam no fornecimento do produto para o mercado interno e externo, fortalecendo tanto a agricultura familiar quanto a imagem do estado como produtor de alimentos de origem sustentável. Em 2023 o Acre produziu 9.473 toneladas, esse volume representou um crescimento de aproximadamente 3,6% em relação à produção de 2022.
