Por Wanglézio Braga
No coração da comunidade Belo Jardim III, em Rio Branco, brotou um sonho entre os pés de café. Gabriela Tavares, de apenas 25 anos, colheu sua primeira safra como quem colhe também esperança. O que nasceu em terra simples, cuidada com as mãos da família, agora floresce em reconhecimento: seu café está entre os 15 melhores do Acre, finalista do Prêmio QualiCafé.
No começo, a luta foi grande. Sem irrigação, cada pé de café, dos seis mil plantados, parecia resistir ao tempo seco. Mas a persistência venceu a dificuldade. Inspirada pela irmã e o cunhado, que já viviam do café, Gabriela e os pais decidiram semear o mesmo caminho. A escolha deu frutos. Logo na primeira safra, o sabor do grão convenceu os avaliadores e colocou seu nome entre os grandes do estado.
Mais que um prêmio, o café lhe deu asas. Pela primeira vez na vida, Gabriela vai entrar em um avião. O destino é Minas Gerais, onde participará da Semana Internacional do Café, em novembro. A jovem diz que o coração acelera só de imaginar o embarque: uma viagem curta no tempo, mas imensa no significado. Para quem nunca deixou a colônia, é como atravessar horizontes.
Gabriela sabe que sua trajetória também carrega uma mensagem. Mulher, jovem e produtora, ela prova que o campo também é lugar de coragem feminina. Entre cortes de podas e sacos colhidos, sonha em viver do café e expandir sua plantação. Para outras mulheres, deixa um conselho simples e firme: “o sonho não pode ficar para trás. Se a gente quer, a gente pode”.
