Por Wanglézio Braga
Durante a sessão solene em homenagem aos 50 anos da Expoacre, realizada nesta quarta-feira (4) na Assembleia Legislativa do Acre, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeac), Assuero Veronez, foi incitado por nossa reportagem a fazer uma avalição crítica do formato atual da maior feira agropecuária do estado. Para ele o evento ainda não tem estrutura para competir com feiras como a Rondônia Rural Show no quesito volume de negócios. “Nos últimos 17 anos faturamos R$ 2 bilhões. Rondônia, em uma edição, faturou R$ 5 bilhões. A diferença é abissal”, afirmou.
Representando também o Sebrae-AC, Veronez exaltou a importância histórica da feira como vitrine popular e econômica, mas alertou que o Acre ainda está distante de ter musculatura suficiente para transformar a Expoacre num evento estritamente técnico e voltado ao setor produtivo, como ocorre em outros estados. “Só uma economia forte consegue mudar o atual formato. Ainda somos dependentes dos shows, do entretenimento noturno, porque nossa base produtiva é frágil”, disse ao Portal Acre Mais.
Ao longo da história, o Sebrae se tornou um dos principais articuladores da Expoacre, em parceria com o governo do estado, com o objetivo de fomentar os pequenos negócios. No entanto, Veronez defendeu que, para dar um salto de qualidade, seria necessário construir repensar todo o modelo. “Hoje a Expoacre cresceu improvisando. Precisamos de uma feira limpa, organizada, técnica e com foco nos negócios — mas isso custa caro e exige planejamento”, disse.
A edição de 2024 da Expoacre, segundo dados apresentados na solenidade, movimentou R$ 391 milhões em negócios. Para 2025, a expectativa é de R$ 469 milhões. Mesmo com esses números expressivos, Veronez frisou: “Não é apenas sobre quanto se fatura, mas sobre como se estrutura. E nisso, ainda temos muito a avançar”.