Por Wanglézio Braga
O presidente da APEX-Brasil, Jorge Viana, revelou em entrevista ao Portal Acre Mais que o modelo de arranjo agroindustrial firmado com o Banco da Amazônia poderá ser ampliado para outras cadeias produtivas além da suinocultura e avicultura. Segundo ele, culturas como café, cacau, castanha e fruticultura já estão no radar da agência, com o objetivo de garantir crédito acessível aos pequenos produtores por meio de contratos com indústrias ou cooperativas que assumem o compromisso de compra da produção.
“A garantia sempre foi o maior problema do pequeno produtor. Com essa modelagem, resolvemos isso. A empresa dá garantia de compra, o banco libera o crédito e o produtor consegue investir com segurança”, explicou Viana. O modelo foi testado com as empresas Dom Porquito e Acre Aves, que garantem a compra da produção e fornecem assistência técnica. O mesmo pode ser feito, por exemplo, com cooperativas de café em Mâncio Lima ou com iniciativas ligadas ao cultivo de cacau e frutas tropicais.
Viana adiantou que a APEX já trabalha no lançamento de um programa específico para o cacau cultivado a pleno sol, com foco na exportação e na construção de um ecossistema produtivo sustentável. A proposta é usar o mesmo formato para atrair investimentos nas cadeias da castanha e da fruticultura, permitindo que mais produtores da agricultura familiar acessem crédito e tenham renda estável.
“A gente faz com que o dinheiro chegue no pequeno e não fique concentrado em quem já tem garantia para financiamento. Isso gera desenvolvimento real e distribuição de renda no campo”, destacou o presidente da APEX. Para ele, o sucesso do modelo no Alto Acre mostra que é possível replicar o arranjo em outras regiões e culturas, consolidando uma nova fase de inclusão e crescimento para o setor produtivo da Amazônia.