Por Wanglézio Braga / Fotos: Wanglézio Braga
No último domingo (21), o aroma de café fresco tomou conta da Comunidade Boa União, no Projeto Tocantins, em Porto Acre. Cerca de 20 produtores participaram de uma oficina de torra realizada pela Associação APROTAC, que reúne 40 associados, sendo 25 cafeicultores ativos. A capacitação foi ministrada pelo engenheiro agrônomo Hadamés Wilson, referência na cafeicultura do Estado, e aconteceu na propriedade do cafeicultor Patrick Souza, finalista do Prêmio QualiCafé 2025.
A oficina faz parte de um projeto maior apoiado por emenda parlamentar federal, que busca beneficiar mais de 300 famílias da região com atividades que vão da colheita e pós-colheita até oficinas de poda e mecanização agrícola. As atividades ocorrem sempre aos fins de semana, com oficinas de 16 horas que unem aprendizado coletivo e consultorias individuais nas propriedades dos participantes.

Durante o encontro, os produtores receberam orientações sobre o ponto ideal de torra, aprenderam a separar grãos em peneiras e acompanharam passo a passo o processo no forno artesanal. Em seguida, experimentaram moer e preparar o café sem açúcar, explorando as notas sensoriais dos grãos especiais produzidos na própria comunidade. Jovens, adultos e idosos participaram com entusiasmo, reforçando a importância de envolver toda a família na cadeia produtiva.
“A gente agradece muito por essa capacitação. É um momento especial para nossa comunidade, porque o conhecimento que chega até aqui fortalece cada produtor. A APROTAC precisa desses aprendizados para que possamos agregar valor ao nosso café e mostrar que o que plantamos em Porto Acre tem qualidade para conquistar novos mercados”, destacou o anfitrião Patrick Souza.

Segundo Hadamés Wilson, o objetivo é diversificar a produção e valorizar cada etapa do café. “Queremos que os produtores sintam, pelo cheiro, pelo tato e pelo paladar, a diferença de um café bem trabalhado. Esse é o caminho para transformar o grão em produto com valor agregado e mercado garantido”, explicou.
As oficinas seguem até novembro e estão abertas para qualquer morador de Porto Acre interessado em aprender sobre o universo da torra e do preparo do café. A expectativa é que cada família leve para casa, além de conhecimento, uma nova forma de enxergar a cafeicultura como oportunidade de renda e desenvolvimento local.
