Após fala de Bocalom sobre Casas de Farinha: Comissão de Agricultura da Câmara fará visita técnica e ouvir produtores rurais

Por Wanglézio Braga

Em meio a denúncias sobre a devolução de recursos federais para a construção de casas de farinha, a Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores de Rio Branco decidiu agir. Liderado pelo vereador Moacir Júnior (Solidariedade), o grupo se dirigirá ainda na tarde desta quarta-feira (16) à zona rural da capital acreana para averiguar, de perto, a situação de um projeto que deveria fortalecer a cadeia produtiva da farinha — mas que, segundo denúncias, foi interrompido sem justificativa plausível.

A visita ocorre após a repercussão negativa de informações divulgadas pela imprensa e por representantes da oposição, que apontam que a atual gestão municipal, comandada por Tião Bocalom, teria devolvido cerca de R$ 1 milhão destinados especificamente à implementação das casas de farinha — estruturas essenciais para o processamento da mandioca, base da alimentação e da economia de muitas famílias da zona rural.

“Vamos verificar in loco o que de fato está acontecendo. Precisamos ouvir os produtores, entender se houve acerto ou erro por parte da Prefeitura ao devolver esse recurso e buscar diálogo com a Secretaria Municipal de Agricultura para evitar que o setor fique desassistido”, declarou Moacir Júnior ao Portal Acre Mais.

Segundo o parlamentar, o assunto chegou ao seu conhecimento após embates entre vereadores na tribuna da Casa. Ele avalia que a atuação da comissão pode ser um divisor de águas. “O Acre já é reconhecido nacionalmente pela qualidade da sua farinha, principalmente a produzida em Cruzeiro do Sul. Mas Rio Branco também tem seu peso na produção. Se havia dinheiro disponível e necessidade, é inaceitável que o recurso não tenha sido aplicado”, reforçou.

O grupo pretende ainda tentar uma audiência com o secretário municipal de Agricultura, Eracides Caetano. A ideia é cobrar explicações, buscar soluções e evitar que os produtores rurais sejam novamente penalizados pela burocracia ou pela má gestão dos recursos públicos.

A situação levanta questionamentos sobre as prioridades da administração municipal em relação ao setor agrícola. Em um momento em que o Acre tenta fortalecer o agronegócio e agregar valor à produção local, a paralisação de um projeto como esse pode representar um retrocesso grave — tanto para a economia rural quanto para a autoestima do produtor que vive do campo.

A Comissão de Agricultura promete divulgar um relatório após a visita técnica, e o tema deverá voltar a ser debatido com força nas próximas sessões da Câmara.

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