Por Wanglézio Braga
Os secretários de agricultura dos nove estados da Amazônia Legal aproveitaram a COP-30 para entregar uma carta conjunta defendendo que a agricultura tropical seja reconhecida como solução global para clima, energia e produção de alimentos. O grupo manifestou apoio total às propostas do Fórum Brasileiro da Agricultura Tropical, destacando que a região reúne conhecimento, tecnologia e diversidade produtiva capaz de responder aos desafios ambientais sem deixar o produtor rural para trás.

Segundo o documento apresentado no evento, em Belém, a Amazônia precisa ocupar lugar de liderança nas negociações internacionais, garantindo acesso a financiamentos climáticos e valorização de práticas sustentáveis. Os secretários reforçam que a adaptação climática deve ser prioridade, já que a região enfrenta fortes vulnerabilidades e depende de sistemas produtivos resilientes, integrando ciência moderna e o saber tradicional de povos e comunidades.
Outro ponto central é o pedido de fortalecimento da pesquisa, da inovação e da extensão rural — áreas consideradas essenciais para ampliar a agricultura de baixo carbono e modernizar a produção. A carta também defende que modelos produtivos diferentes convivam em harmonia: agricultura familiar, agroindústrias, sistemas florestais e produção empresarial, todos dentro de um ordenamento territorial que reduza desigualdades e gere renda.
Para os estados amazônicos, a agricultura tropical sustentável é parte da solução global e não do problema. A carta conclui que produzir alimentos, conservar a floresta e incluir pessoas é plenamente possível, desde que haja políticas fortes, recursos internacionais e cooperação entre governos. A mensagem colocada na mesa da COP-30 é clara: a Amazônia tem soluções prontas, mas precisa de apoio para colocá-las em prática.
ACRE NA COORDENAÇÃO

A Seagri do Acre, por meio do secretário adjunto Edivan Azevedo, é quem coordena a Câmara Setorial da Agricultura e Economia Verde dentro do Consórcio da Amazônia Legal. Ele tem atuado como articulador entre os estados, unificando propostas e garantindo que as pautas da agricultura — especialmente aquelas ligadas à produção sustentável, à bioeconomia e à pesquisa — cheguem fortalecidas às mesas de negociação da COP-30. Já o Consórcio é presidido pelo governador do Pará, Helder Barbalho.
