Por Wanglézio Braga
Dados divulgados numa matéria da Agência de Notícias do Acre na segunda-feira (10) revelam um crescimento expressivo na pecuária do estado. Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), a 8ª Campanha de Declaração de Rebanho registrou um total de 5.186.916 bovinos declarados em 2024, um aumento de 5% em relação ao ano anterior, quando o número foi de 4.908.956 animais. O levantamento também apontou um total de 24.245 propriedades declaradas e 26.439 explorações agropecuárias cadastradas.
Do total de bovinos declarados, 37,7% são machos e 62,3% são fêmeas, evidenciando o fortalecimento da pecuária no estado. O Baixo Acre [Acrelândia, Bujari, Capixaba, Plácido de Castro, Porto Acre, Senador Guiomard e Rio Branco] se mantém como a principal região produtora, concentrando 51,4% do rebanho estadual, com 2.664.345 cabeças. Já o Alto Acre [Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri] representa 19,55% do total, somando 1.012.725 animais.
COMUNICAÇÃO, UM PROBLEMA
Apesar dos números positivos, especialistas criticam a falta de divulgação adequada da campanha, o que pode ter impactado a adesão de produtores rurais. No ano passado, após o prazo para declaração, alguns produtores ouvidos pelo Portal Acre Mais reclamaram da falta de comunicação entre IDAF e criadores/pecuaristas sobretudo àqueles que vivem nas regiões mais remotas do Acre.
A percepção para muitos é de que o Idaf, que deveria atuar como um órgão acessível e de referência, falhou em comunicar de forma simples, ampla a importância da declaração de rebanhos. “O número pode ser bem maior, mas a campanha não foi divulgada como se deveria ou como se esperava de um instituto de peso”, aponta um técnico agropecuário ouvido por nossa redação.
Para ele, a “ausência de uma comunicação eficiente pode significar que parte dos produtores não fez a declaração dentro do prazo, o que afeta não apenas o controle sanitário dos rebanhos, mas também a formulação de políticas públicas para o setor”.
Com a pecuária sendo um dos pilares da economia acreana, a necessidade de maior transparência e estratégias eficazes de comunicação se torna ainda mais evidente para que os dados refletem a real dimensão da produção no estado.
