Por Wanglézio Braga
A primeira noite da Expoacre 2025, neste sábado (26), começou com casa cheia e discurso forte. O ex-ministro Aldo Rebelo foi o convidado da vez para falar sobre “Agricultura e Pecuária na história e no futuro da Amazônia”. Sem rodeios, em entrevista ao Portal Acre Mais e ao Correio Online, defendeu que o Acre e os estados amazônicos enfrentam um bloqueio institucional ao desenvolvimento e criticou com dureza o tratamento dado aos produtores rurais na região.
“A Amazônia pode — e deve — combinar proteção ambiental com o direito ao progresso”, disse, citando que o Acre protege 85% do seu território, mesmo sem ter infraestrutura básica. “O Acre é a ponta do Brasil com a Ásia, com o Pacífico. É nosso elo com o futuro, mas está travado por leis que só servem para manter o povo pobre e sem saída”, completou.
Aldo também lamentou os recentes episódios envolvendo sequestro de gado e destruição de propriedades por fiscalizações exageradas por parte do ICMBIO em Xapuri, interior do Acre. “Vi as cenas. São tristes e revoltantes. Nem o tráfico no Rio de Janeiro é tratado assim. O boi não cometeu crime. O produtor quer trabalhar, criar seus filhos com dignidade, e está sendo tratado como criminoso”, disparou.
Para o ex-ministro, o Acre tem um papel estratégico para o país, mas só assumirá esse protagonismo quando houver coragem política para destravar investimentos em infraestrutura, como rodovias, ferrovias e energia, além de rever a legislação ambiental com equilíbrio. “O que está faltando é bom senso. Quem diz proteger a Amazônia, na verdade, está protegendo seus próprios interesses e mantendo o povo sem futuro.”